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Reinados de Afonso X a Afonso XI na Crónica de 1344 : 

identificação e elementos biográficos das personagens (work in progress )

 

 

Afonso X (1221/52-1284)

 

 

Afonso de la Cerda (Valladolid, 1270-Piedrahita de Castro, 1344)

Filho mais velho de D. Fernando de la Cerda e de D. Branca de França, neto de Afonso X, nascido em Valladolid em 1270. Após a morte do pai, em 1275, a rainha D. Violante leva-o, com o irmão D. Fernando, para Aragão, onde é criado no castelo de Játiva. No testamento de Afonso X, surge como herdeiro de Leão, cláusula que não foi respeitada. Libertado em 1288 por Afonso III de Aragão, é proclamado em Jaca como rei de Castela e de Leão. Após a morte de Sancho IV, apesar do apoio de Jaime II de Aragão e de D. Dinis de Portugal, não conseguiu fazer valer as suas pretensões.

 

 

Diego Afonso (1269-127…)

1269, 18 de Abril, Jaén: Afonso X outorga ao concelho de Jerez um bairro de Francos que vai desde a porta de Sevilha até à sapataria, tal como o “amojonó” Diego Alfonso alcaide do rei (doc. 2150).

 

 

Fadrique, infante D. (1223-1276)

Segundo filho de Fernando III de Castela e de D. Beatriz de Suabia, filha do Imperador D. Filipe. Em 1240, com pouco mais de 17 anos, encontrava-se em Itália, onde acompanhou a corte do Imperador Frederico II durante cerca de 5 anos, mas sem conseguir obter o ducado da Suábia, ambicionado em Castela. Terá casado então com Beatriz de Malespina, de quem nascerá Beatriz Fadrique de Castela (1242-1277), casada com Telo Afonso de Meneses e, depois, com Simão Ruiz dos Cameros. Regressa à corte castelhana e participa activamente na reconquista, tendo-se destacado na tomada de Sevilha, onde obtém importantes propriedades e um paço. Em 1260, ausenta-se do reino juntando-se a seu irmão D. Henrique que se encontrava ao serviço do rei de Tunez. Daí, parte para Itália, onde na segunda metade da década, participa nas lutas entre o Papado (guelfos) e o Império (gibelinos), em apoio de familiares de Frederico II. Regressado a Castela em 1271, reconcilia-se com o rei seu irmão, que lhe cede bens em Sevilha e o governo de Ciudad Real. A evolução da situação interna, sobretudo após a morte do herdeiro D. Fernando de Lacerda em 1275, e a reabertura da questão da sucessão, fizeram com que se envolvesse em manobras políticas, juntamente com Simão Rodrigues dos Cameros, seu genro, que levaram o rei a justiçá-los em 1277.

Bibliografia: Julio González, Reinado y Diplomas de Fernando III, I, pp. 107-109; encontram-se esboços biográficos nas biografias de Afonso X.

 

 

Fernando de la Cerda, infante D. (1255-1275)

Ver biografia da tese

 

 

Fernando de la Cerda II (127...-)

Filho de D. Fernando de la Cerda e de D. Branca de França, neto de D. Afonso X.

 

 

João Mendes de Sousa (...-1277)

Filho de Mem Garcia de Sousa e de Teresa Anes de Lima, pertencia a uma das mais importantes linhagens portuguesas. De acordo com o Livro de Linhagens do Conde D. Pedro, não casou nem teve descendência, pertencendo portanto ao núcleo de secundogénitos que não era destinado ao casamento. As sentenças das Inquirições de 1288 mostram-no interessado, durante o governo de Afonso III, na honra de Lalim, próximo de Lamego, onde metera juiz e chegador. De acordo com a narrativa do Conde do reinado de Afonso X, foi um dos justiçados em 1277, no contexto de uma conjura que se prepararia para depor o rei. A falta de documentos sobre ele em Portugal indica que se terá afastado para Castela em conjuntura desconhecida e que por lá se manteve até ao nefasto acontecimento daquele ano. Tal afastamento poderá ter-se efectivado em 1262, quando o seu turbulento irmão mais velho, D. Gonçalo Mendes, abandonou igualmente o território.

Bibliografia: José Augusto de Sotto Mayor Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas, pp. 217-218; CGE1344.

 

 

Manuel, infante D. (1234-1283?)

Filho de Fernando III e de D. Beatriz de Suábia, irmão de Afonso X, que terá nutrido por ele especial afeição. Foi criado por Pedro Lopez de Ayala em Pampliega, Villaldemiro e Mahamud. Casou com a infanta Constança de Aragão e, em segundas núpcias, com D. Beatriz de Saboia, de quem nascerá o sucessor da casa D. João Manuel (ver). Parte do seu património estendia-se pela zona oriental de Castela a Nova, contíguos a Aragão até Villena, fora, portanto, do território dominado pelas linhagens da velha nobreza. Recebe bens no repartimento de Sevilha, que mais tarde D. Afonso X alargará doando-lhe Elche, Villena e outros bens em Murcia, Escalona, em troca do castelo de Valdeayora, e ainda Santa Olalla e Peñafiel. No final do reinado do Sábio, colocar-se-á, no entanto, do lado de D. Sancho, que lhe deu Chincilla, Aspe e Beas..

Bibliografia: Julio González, Reinado y Diplomas de Fernando III, I, pp. 112-113.

 

 

Paio Peres Correia (...1233-1276)

Membro de uma nobreza mediana originária das terras de Aguiar da Pena, Panoias e Basto, sediada igualmente próximo de Braga e no julgado de Faria, ao sul de Barcelos, é filho de Pero Pais Correia e de Dordia Peres de Aguiar. Nos anos trinta, surge como Comendador de Alcácer e, na década seguinte, a partir de 1242, como Mestre da Ordem de Santiago, cargo que o manterá até à morte. Participa, com outros familiares, na conquista de Sevilha, e a Crónica da Conquista do Algarve demora-se a narrar a sua acção, à frente da Ordem de Santiago, na conquista de várias povoações dessa região. Boa parte do terceiro quartel do século XIII, viveu-o em Castela, ao serviço de D. Fernando III e de Afonso X. Está sepultado no mosteiro de N. Sra. de Tentudía, por ele fundado.

Bibliografia: José Augusto Sotto Mayor Pizarro, Linhagens Medievais Portuguesas, vol. II, pp. 389-392, que remete para a principal bibliografia existente.

 

 

Sancho IV (1258/84-1295)

 

 

Simão Ruiz dos Cameros (...1242-1277)

Originário de uma região da Rioja próxima da fronteira navarra, dominada pela linhagem a que pertencia, era filho de D. Rodrigo Dias de C., um dos mais antigos trovadores dos cancioneiros galego-portugueses, e de D. Aldonça Dias de Haro. Herda o senhorio de Cameros após a morte do pai em 1230. Documenta-se na corte de D. Fernando III a partir de 1242 e participa na conquista de Sevilha sendo aí beneficiado em 1253 por Afonso X. Casou com D. Sancha Afonso de Leão, filha de Afonso IX e de Teresa Gil de Soverosa, tendo o casal recebido de Afonso X, em 1256, a vila de Tolmantos e outros bens. Nos anos setenta casa novamente, com Beatriz Fadrique de Castela, filha do infante D. Fadrique, e em 1272 aparece com o sogro entre os conspiradores reunidos em Lerma contra a política de Afonso X. Embora, no ano seguinte, não tenha acompanhado os rebeldes no seu exílio granadino, não compareceu às cortes de Burgos de 1274, mas apenas às de 1276, não conseguindo, no entanto, que Afonso X nomeasse como herdeiro o filho Sancho. Morreria em meados do ano seguinte, queimado vivo pelo infante D. Sancho em Treviño, por ordem do rei.

Bibliografia: Salvador de Moxó, “De la nobleza vieja a la nobleza nueva. La transformación nobiliaria castellana en la baja Edad Media”, p. 53-56; Julio González, Reinado y Diplomas de Fernando III, I, pp. 138-140; encontram-se esboços biográficos nas biografias de Afonso X.

 

 
 
 
 
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